sábado, 31 de agosto de 2013

Não sou ator famoso, mas sou o que eles são.

Não sou artista que aparece nas principais mídias de comunicação e nem sou famoso por qualquer outro motivo, mas eu sou algo que essas pessoas também são: sou uma pessoa pública. "Como assim? Você é pessoa pública sem ao menos ter feito uma ponta numa novela sequer?" Vou explicar.

Eu sou inspetor de alunos, e sou exposto todos os dias a um público jovem, que vai dos 11 aos 18 anos. Sou observado, questionado, ficam curiosos a respeito da minha vida pessoal; muita gente me assiste. Eu interajo com esse público não é via tela de computador/TV/celular/tablet/qualquer-outro-dispositivo-áudio-visual. É sempre ao vivo. Não dá pra fazer um compacto com os meus melhores momentos de "vão pra sala!" que não vou ter o mesmo efeito. Devido a essa interação é comum que pessoas que eu nem sei o nome saibam como eu me chamo.

Eu ando nas imediações da escola e vez ou outra pais de alunos me abordam perguntando como anda o filho na escola, alunos e pais me perguntam se vai ter aula tal dia, quando vai ter a reunião de pais, quem que bateu em quem e por quê - sim, sempre tem aluno que gosta de uma fofoca interna! - mas dificilmente vão me parar para pedir autógrafo!

Apesar de não ser um ator, eu e meus colegas somos surpreendidos quando um aluno dentre centenas que retrucam por não quererem ir pra sala te veem como um exemplo, que valoriza o seu trabalho, e que se inspiram no modo como lidamos com as pessoas. Isso faz muita diferença numa profissão em que, na maioria das vezes, você parece estar sozinho por sempre estar como que dentro da cova dos leões. ("Leões" leia-se "situações estressantes causadas pelo número de pessoas muito jovens com pensamentos conflitantes") Nesses momentos é que você encontra forças para continuar na profissão, e que, sem pretensão nenhuma, você está fazendo a diferença na vida de alguém.

Sou uma pessoa pública. Numa escala BEM menor, mas sou. Engraçado eu ter já ter percebido isso, mas vir a escrever tudo isso só depois de ler este status no Facebook...

https://www.facebook.com/lucassallesg/posts/294178454056615

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sábado, 10 de agosto de 2013

VS.

Na corda bamba, no fio da navalha.
Tomando cuidado com o cara canalha.
Sempre à espreita, quer me pegar.
Motivo pra briga ele quer arrumar.

Se acha um homem, mas é um moleque.
Na sua ousadia estou dando um breque.
Não posso impedi-lo de ser um idiota,
Mas o desrespeito com tesoura se corta.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Que graça tem andar de skate?

Skate é uma coisa que eu vejo e já enxergo perna fraturada e o resto do corpo estragado como bônus. (Quando eu vejo moto a minha visualização de consequência é BEEEM pior!) Não me vejo andando de skate, ainda mais que se eu ficar com as minhas pernas zoadas a minha vida e a de quem vive comigo vai complicar um bocado.

Posso passar horas e horas com um skatista falando sobre quão trágico pode ser o destino de quem põe os pés naquela tábua sobre rodas, mas nada do que eu disser terá efeito sobre ele logo de cara. Acho que até consigo compreender. Eu explico.

Eu estava no ônibus a caminho do trabalho e vi um rapaz de regata na rua andando de skate. O jeito que ele andava me pareceu tão tranquilo e suave que a cada remada que ele dava os pés dele pareciam flutuar sobre o asfalto. O vento causado pelo andar de skate em seu corpo deve ter sido refrescante naquele dia quente à tarde durante seu voo...

A sensação de voar é uma coisa que eu gosto de sentir. Gosto de ficar girando sobre o meu próprio eixo justamente por causa do fluxo de ar que eu produzo quando rodopio.

Me lembrei de uma coisa: eu gosto do filme De Volta Para o Futuro II, e um dos motivos de eu gostar dele é o Hoverboard, uma espécie de skate sem rodas usado pelo protagonista Marty McFly.

Conclusão: o fato de poder "voarem" fazem os skatistas a continuar a serem skatistas. Se um pássaro, que voa de verdade, não se amedronta diante da altura, um skatista, sentindo liberdade, vai ter medo da fratura?